Por Phrancys Drake
INTRODUÇÃO
Desde o princípio da história, a espécie humana tem buscado compreender o verdadeiro propósito de sua existência. Contudo, após séculos de pesquisa investigatória, as grandes perguntas sobre a vida continuam sem uma resposta convincente. Mesmo diante de tanta tecnologia e conhecimento, a humanidade continua vivendo com base em teorias especulativas criadas pela ciência ou pela religião.
Ultimamente tem-se ponderado bastante sobre o verdadeiro sentido da vida. Na verdade as adversidades da vida contemporânea geram um espírito questionador. Assim, meditando diligentemente nos fracassos do passado e na incerteza do futuro, o homem começa a se perguntar o por quê de tantos eventos tristes em sua vida.
Entretanto, após um exercício equilibrado de reflexão filosófica, é
possível se chegar a algumas conclusões importantes. A principal delas
diz respeito à escravidão. Conclui-se que o bem maior do ser humano é a
liberdade. Talvez, muitos discordem, asseverando que a vida é o dom mais
valorado. No entanto uma coisa é incontestável: de nada adianta estar
vivo e não ser livre.
1. LIBERDADE OU ESCRAVIDÃO?
Muitos filósofos brilhantes refletiram sobre a liberdade. Dentre eles encontramos Descartes, Spinoza, Leibniz, Schopenhauer, Sartre, Marx etc. Não obstante os grandes avanços nas mais diversas áreas do conhecimento humano, muitos não sabem o verdadeiro significado desta palavra.
Mas o que é liberdade?
"Liberdade significa responsabilidade. É por isso que tanta gente tem medo dela." George Bernard Shaw.
Liberdade é o inverso de escravidão. Ou seja, é a condição do ser que não vive em cativeiro. A liberdade está intrinsecamente ligada a um extremo senso de responsabilidade por tudo que diz respeito à vida, especialmente à vida do ser humano. Aliás, a liberdade é condição sine qua non para a vida, pois não pode existir vida sem liberdade. Porquanto viver de verdade significa ser livre, e viver escravizado é pior que a morte.
Liberdade quer dizer luz; e escravidão, trevas. Nós vemos isso bem demonstrado no ato de uma mulher dar a luz uma criança. Antes de nascer, o bebê fica aproximadamente nove meses enclausurado na barriga da mulher. E após esse período, sua mãe, num ato de abnegação, deve libertá-lo das trevas de seu ventre e expô-lo ao mundo para que experimente a luz. Se a mãe não o liberar, certamente ele morrerá e, possivelmente, ela também. Assim, o ser humano é gerado nas trevas e anseia desesperadamente pela luz, isto é, pela oportunidade de ser livre. Neste aspecto, percebemos claramente que a liberdade é a necessidade de compreender, por meio dos próprios sentidos (visão, audição, tato, olfato e paladar) a verdadeira essência do mundo ao nosso redor, sem a ajuda ou interferência de alguém.
Noutra perspectiva, liberdade é a autonomia e a espontaneidade do ser racional; elemento qualificador e constituidor da condição dos comportamentos humanos voluntários. Porém há que se fazer aqui uma importante observação. Muitos confundem liberdade com independência. Na verdade a independência não existe, pois sempre somos dependentes de alguém ou de alguma coisa durante toda nossa vida. O ser humano permanece boa parte de sua vida dependendo de seus pais ou tutores e, após sua emancipação, continua dependendo dos sistemas que regem a vida, como o sistema econômico, político, judiciário etc. A liberdade, porém é algo real, pois subsiste no coração, no intelecto do ser humano. Um homem pode estar preso a grilhões inquebráveis e mesmo assim ser livre de espírito.
Uma História de escravidão
A história humana, desde o princípio até nossos dias, resume-se à busca incessante por liberdade. A maioria das pessoas está presa a um determinado padrão de escravidão imposto por uma minoria dominante. E não apenas à escravidão física e material, mas intelectual, psicológica e, sobretudo espiritual. Em suma, o homem escraviza o próprio homem.
Por que o homem escraviza o próprio homem?
A resposta não é de difícil elucidação. O homem escraviza o semelhante por causa do egoísmo, ou seja, por causa do “amor” exclusivo a si próprio. O ser egoísta busca os próprios interesses sem se importar com os outros. Com astúcia ele o faz, agindo por força e principalmente através da persuasão.
Por que as pessoas se submetem à escravidão?
Por covardia ou medo de viver a liberdade. Pois a liberdade é maravilhosa, mas requer grande responsabilidade para com os outros. Ter liberdade significa ter direitos e deveres numa sociedade ou família.
A grande verdade é que muitas pessoas não querem obrigações e para fugir delas entregam-se voluntariamente à escravidão. A grande maioria acha que ser livre é ”fazer o que quiser” ou “não ter que dar satisfação de suas vidas a ninguém” e assim se isolam da sociedade, da família e dos amigos. Ora, isolamento não é sinônimo de liberdade, mas de separação, solidão. Com efeito, a pior punição para alguém que já está preso é ficar na “solitária”. Será que uma pessoa que vive sozinha numa ilha deserta pode ser considerada livre? É óbvio que não. O homem é, por natureza, um ser pensante e sensível que precisa interagir socialmente e relacionar-se afetivamente com seus semelhantes. Isso é liberdade e não dependência.
2. AS FACES DA ESCRAVIDÃO
Existem muitas formas de escravidão neste mundo. As mais comuns são os vícios, os jogos, o trabalho excessivo, a política e a religião.
2.1 ESCRAVOS DOS VÍCIOS
"Todos os vícios, quando estão na moda, passam por virtudes'. Molière.
Drogas alucinógenas
Hoje em dia é comum vermos cada vez mais pessoas consumindo drogas alucinógenas (até mesmo em cultos religiosos) com o intuito de fugir dos problemas, alegando uma busca por liberdade interior. Os vícios escravizam as pessoas de tal forma que muitas não conseguem se libertar e acabam perdendo a própria vida. Por movimentarem muito dinheiro, muitas drogas estão sendo liberadas para consumo em muitos países. O narcotráfico é um sistema difícil de ser destruído porque é organizado e dirigido por pessoas muito poderosas.
Sexo
Muitos buscam satisfazer suas necessidades na busca desenfreada por prazer sexual. Os “escravos do sexo” levam uma vida depravada e imoral. Regado a muita droga, o vício sexual leva, quase sempre, o dependente à morte por doenças sexualmente transmissíveis ou por depressão.
Quem sofre desse transtorno geralmente tem um comportamento obsessivo, múltiplos parceiros, curte pornografia, masturbação constante e estimulação sexual frequente. Dificilmente conseguirá manter um relacionamento sadio com apenas uma pessoa. A tentativa constante de satisfazer as fantasias sexuais, dificulta o envolvimento emocional, pois é difícil estabelecer laços de intimidade que exigem trocas afetivas e não apenas sexuais. Além disso, o escravo sexual sente muita vergonha pelo seu comportamento, o que acaba por gerar uma condição de baixa autoestima e isolamento social.
Quem sofre desse transtorno geralmente tem um comportamento obsessivo, múltiplos parceiros, curte pornografia, masturbação constante e estimulação sexual frequente. Dificilmente conseguirá manter um relacionamento sadio com apenas uma pessoa. A tentativa constante de satisfazer as fantasias sexuais, dificulta o envolvimento emocional, pois é difícil estabelecer laços de intimidade que exigem trocas afetivas e não apenas sexuais. Além disso, o escravo sexual sente muita vergonha pelo seu comportamento, o que acaba por gerar uma condição de baixa autoestima e isolamento social.
Redes Sociais
O uso exagerado da internet tem se revelado a mais recente forma de escravidão de massa. Cada vez mais pessoas, de várias idades, estão “viciadas” nas famigeradas redes sociais e salas de bate-papo. Essas “vítimas da rede” renunciam ao convívio pessoal para se esconderem atrás das telas de um computador, de um tablet ou de um celular em busca de uma "liberdade" virtual doentia. Não é toa que, em busca de ajuda, alguns têm recorrido à terapia para se libertar.
O Facebook é um site e serviço de rede social, operado e de propriedade privada da Facebook Inc. Em 4 de outubro de 2012, o Facebook atingiu a marca de 1 bilhão de usuários ativos. Em média 316.455 pessoas se cadastram, por dia, desde sua criação em 4 de fevereiro de 2004.
Após lançar ações na bolsa, estima-se que o Facebook tenha atingido o valor de US$ 100.000.000.000,00 (100 bilhões de dólares) ainda no primeiro semestre de 2012. Na estréia da sua oferta pública de ações, em 17 de maio de 2012, o Facebook levantou 16 bilhões de dólares, tornando-se a terceira maior captação da história dos EUA (apenas à frente da AT & T Wireless e atrás da General Motors e Visa).
Apesar de o Facebook ter recebido inúmeras denúncias de que teria colaborado com o programa americano de vigilância eletrônica conhecido como PRISM, da NSA (Agência de Segurança Nacional americana), revelados por Edward Snowden e inicialmente publicados pelo jornalista Glenn Greenwald no jornal britânico The Guardian, o seu uso continua crescendo.
Segundo as denúncias a NSA, desde 2009, vem deliberadamente implantando “Malwares” em milhares de computadores ao redor do globo com o objetivo de ter acesso às informações pessoais dos usuários. O jornalista americano Glenn Greenwald, que tem acesso a todos os documentos secretos que revelaram um complexo mecanismo de espionagem dos usuários dos serviços de nove grandes empresas americanas afirmou que não usa Facebook e usa Skype somente em casos de extrema necessidade.
O WhatsApp e o Instagram são os mais novos serviços no rol dos que podem gerar dependência. A dependência às redes sociais tem sido amplamente estudada por especialistas de todo o mundo. Estudos revelam que o vício nestas tecnologias causam fobias e transtornos psicológicos. É o caso da nomofobia (junção de “no mobile” e fobia), que gera o medo de ficar sem celular. O vicio à tecnologia também está ligado a outros distúrbios psicológicos, como depressão, ansiedade e compulsão. A necessidade de checar continuamente as notificações e de responder imediatamente as mensagens estão entre os principais sintomas deste vício.
2.2 ESCRAVOS DOS JOGOS
'Do fanatismo à barbárie não há mais do que um passo." Denis Diderot.
Outro sistema escravizador do ser humano é o jogo. Este abrange desde o torcedor fanático de um time de futebol até o apostador obstinado de jogos de azar (como loterias, cassinos e jogo do bicho), que desperdiçam todo o seu tempo e seu dinheiro de maneira leviana colaborando para o enriquecimento ilícito daqueles que estão por trás dos jogos.
Fanatismo
Fanatismo (do francês "fanatisme") é o estado psicológico de fervor excessivo, irracional e persistente por qualquer coisa ou tema, historicamente associado a motivações de natureza religiosa ou política. É extremamente frequente em paranóides, cuja apaixonada adesão a uma causa pode avizinhar-se do delírio.
Em Psicologia, os fanáticos são descritos como indivíduos dotados das seguintes características:
1. Agressividade excessiva;
2. Preconceitos variados;
3. Estreiteza mental;
4. Extrema credulidade quanto a um determinado "sistema"
5. Ódio;
6. Sistema subjetivo de valores;
7. Intenso individualismo;
8. Demora excessivamente prolongada em determinada situação/circunstância.
De um modo geral, o fanático tem uma visão de mundo maniqueísta, cultivando a dicotomia bem/mal, onde o mal reside naquilo e naqueles que contrariam seu modo de pensar, levando-o a adotar condutas irracionais e agressivas que podem, inclusive, chegar a extremos perigosos, como o recurso à violência para impor seu ponto de vista.
Tradicionalmente, o fanatismo aparece associado a temas de natureza religiosa ou política, porém, mais recentemente, ele se tem mostrado também em outros cenários, como os das torcidas de futebol e ídolos da música.
Entre 1999 e 2008, 42 pessoas foram mortas no Brasil nos conflitos entre torcidas. Vítimas aumentaram a partir de 2009, chegando a 23 mortos em 2012 e a 30 em 2013. O Nordeste é a região com mais confrontos.
Fanatismo, portanto, é sinônimo de empobrecimento intelectual. É sinônimo de perda de outros ângulos de perspectiva. É sinônimo de desconsideração por outras pessoas e por outros pontos de vista. E, por fim, é sinônimo de perda de liberdade existencial.
2.3 ESCRAVOS DO TRABALHO
"O trabalho é a melhor e a pior das coisas: a melhor, se for livre; a pior, se for escravo." Émile-Auguste Chartier.
Muitos homens e mulheres da atualidade, tornam-se “escravos do trabalho”, renunciando a própria liberdade para se realizar profissionalmente, numa luta desesperada por sucesso e fama. Esses indivíduos colocam o dinheiro como prioridade em suas vidas e deixam de desfrutar as coisas boas desta vida, pois dedicam tempo integral ao acúmulo de riquezas sem se dar conta de que ao morrer nada levarão para a sepultura. Como consequência, muitos casais se separam e muitos filhos crescem sem a assistência dos pais, tornando-se adultos delinquentes.
O excesso de trabalho, ou o “vício em trabalho”, pode evoluir para um distúrbio psíquico, conhecido como síndrome de Burnout, proveniente do esgotamento profissional. Sua principal característica é o estado de tensão emocional e estresse crônicos provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes. A síndrome se manifesta especialmente em pessoas cuja profissão exige envolvimento interpessoal direto e intenso. De acordo com pesquisas, estão mais propensos à síndrome os profissionais das áreas de educação, saúde, assistência social, recursos humanos, agentes penitenciários, bombeiros, policiais e mulheres que enfrentam dupla jornada.
2.4 ESCRAVOS DA POLÍTICA
A Política é a arte de governar. Segundo Aristóteles, a Política é a ciência que tem por objeto a felicidade humana e divide-se em ética (que se preocupa com a felicidade individual do homem) e na política propriamente dita (que se preocupa com a felicidade coletiva).
Uma das distinções feitas por Aristóteles diz respeito à natureza de escravo e escravidão. Segundo ele, escravos são homens que não pertencem a si próprios, não tem propósitos e finalidades, isto é, encontra propósito servindo como instrumento às finalidades alheias. Já escravidão é a apropriação dos homens vencidos na guerra, por meio de força e violência, para submeter os vencidos ao seus desejos e caprichos de modo coercitivo. Havia na Grécia da época de Aristóteles uma lei, segundo a qual todo homem vencido na guerra tornava-se propriedade do vencedor. (ARISTÓTELES. Política. Tradução do grego, introdução e notas de Mário da Gama Kury. 3ª ed. Brasília: UNB, 1997. 317p.)
Com efeito, essa concepção de Aristóteles permanece vigente até os dias atuais. A política é uma arma eficaz nas mãos dos corruptos para ascender ao poder. Por mais que se saiba que os agentes políticos só estão interessados nos seus próprios interesses, os “cidadãos” de um determinado país, estado ou município não conseguem se libertar das correntes opressoras geradas pelo sistema político, seja ele monárquico, republicano ou ditatorial.
A democracia é conhecida como a melhor forma de governo. Em seu conceito, o povo detém o poder. Pura demagogia. Jamais o povo (maioria) governou os políticos eleitos (minoria). Na verdade, o povo é escravo dos seus governantes, que lhes impõem uma pesada carga tributária (impostos, taxas, tributos etc) para perpetuarem sua prática. Pois somente assim, poderão prometer, nas próximas eleições, novas soluções para os antigos problemas, aparentemente insolúveis.
“A política tem a sua fonte na perversidade e não na grandeza do espírito humano”. Voltaire.
2.5 ESCRAVOS DA RELIGIÃO
"Acerca dos deuses não tenho como saber nem se eles existem nem se eles não existem, nem qual sua aparência. Muitas coisas impedem meu conhecimento. Entre elas, o fato de que eles nunca aparecem." Protágoras. Ensaio sobre os deuses. Séc. V a.C.
A palavra religião deriva da palavra latina religionem (religio no nominativo), mas desconhece-se ao certo que relações estabelece religionem com outros vocábulos. Aparentemente no mundo latino anterior ao surgimento do cristianismo, religionem referia-se a um estilo de comportamento marcado pela rigidez e pela precisão.
A religião é a mais antiga e a pior forma de escravidão que o homem já concebeu. Sem dúvida, pode ser considerada a mais penosa, pois seus sectários se martirizam tentando cumprir tantas regras e rituais, impossíveis de se executar, em troca de uma recompensa que virá num futuro incerto de um deus que não se pode ver e que mora não se sabe onde.
Sendo um sistema de normas impositivas e coativas, a religião divide-se em leis preceptivas, quando obrigam determinadas condutas, e leis proibitivas, quando as vedam. São normas que visam a impor-se à vontade dos seus seguidores, condicionando absolutamente o seu procedimento e não permitindo a ocorrência de desvios ou alternativas. A vontade individual de optar é, nesse caso, inconcebível. Portanto não existe liberdade na religião, porquanto ser livre é exercer o direito de escolha diante de opções apresentadas.
“A existência em Deus implica necessariamente a escravidão de tudo abaixo dele. Assim se Deus existisse, só haveria um meio de servir a liberdade humana: seria o de deixar de existir.” Mikhail Bakunin.
De fato a religião é uma doutrina maligna na qual homens egoístas e astutos exploram a fé de um povo ignorante e supersticioso, convencendo-os a temer e servir um deus invisível que, segundo eles, domina tudo com amor e justiça. Como recompensa, esses arautos do divino prometem que um dia este deus benevolente os livrará de todo sofrimento, se eles tão somente renunciarem aos prazeres desta vida. Para tanto estes servos devem depositar suas riquezas nas mãos de seus representantes aqui na terra.
"Vivo cercado de sacerdotes que dizem que seu reino não é deste mundo, no entanto agarram tudo que podem" - Napoleão Bonaparte.
A religião transforma o homem num ser falso, arrogante e covarde. A pessoa religiosa é soberba, pois se acha melhor que aqueles que não aceitam sua fé, considerando-os dignos da morte e do sofrimento eterno. O escravo da religião não assume seus erros, muito menos se arrepende verdadeiramente, culpando o diabo e seus demônios. Os dogmas religiosos conduzem a um amor fingido, pois enquanto o “fiel” declara que ama a Deus e ao próximo, suas ações discriminatórias provam o contrário.
“Não sou religioso. Respeito todas as crenças, mas os religiosos não têm nenhum respeito pelas pessoas sem fé.” — Dráuzio Varella
“Não sou religioso. Respeito todas as crenças, mas os religiosos não têm nenhum respeito pelas pessoas sem fé.” — Dráuzio Varella
2.5.1 AS GRANDES RELIGIÕES DO MUNDO
“A palavra Deus para mim é nada mais que a expressão e produto da fraqueza humana, a Bíblia é uma coleção de lendas honradas, mas ainda assim primitivas, que são bastante infantis”. Albert Einstein
O Boletim Internacional de Pesquisa Missionária, preparado por David Barrett, um conhecido professor de “missiometria” da Universidade Regent, afirma que o número de religiões mundiais cresceu de 1000, no ano de 1900, para 10.500 hoje, e deve chegar a 15.000 nos próximos 25 anos. Embora este crescimento pareça absurdo, o surgimento de novas religiões a cada dia num mundo pós-moderno demonstra que a religião continua sendo uma ferramenta de dominação poderosa.
Judaísmo (aprox. 15 milhões de adeptos)
O judaísmo é considerado a primeira religião monoteísta a aparecer na história. Tem como crença principal a existência de apenas um Deus, o criador de tudo. Para os judeus, Deus fez um acordo com os hebreus, fazendo com que eles se tornassem o povo escolhido e prometendo-lhes a terra prometida.
Atualmente a fé judaica é praticada em várias regiões do mundo, porém é no estado de Israel que se concentra um grande número de praticantes.
A Torá ou Pentateuco é considerado o livro sagrado que foi revelado diretamente por Deus. Fazem parte da Torá: Gênesis, o Êxodo, o Levítico, os Números e o Deuteronômio. O Talmude é o livro que reúne muitas tradições orais e é dividido em quatro livros: Mishnah, Targumin, Midrashim e Comentários.
Os cultos judaicos são realizados num templo chamado de sinagoga e são comandados por um sacerdote conhecido por rabino. O símbolo sagrado do judaísmo é o memorá, candelabro com sete braços. Entre os rituais, podemos citar a circuncisão dos meninos (aos 8 dias de vida ) e o Bar Mitzvah que representa a iniciação na vida adulta para os meninos (aos 13 anos de idade) e a Bat Mitzvah para as meninas (aos 12 anos de idade).
Sikhismo (aprox. 20 milhões de adeptos)
Embora pouco difundido, o Sikhismo é a sexta maior religião do mundo. A doutrina monoteísta foi fundada no século 16 por Guru Nanak, um filho da casta governante nascido no norte da Índia, que viveu entre 1459-1538 e se baseia em seus ensinamentos. O sikhismo nasceu na província de Punjab, na Índia, e grande parte de seus seguidores ainda vivem na região. Eles representam 1,9% da população da Índia e 0,3% de Fiji.
Guru Nanak foi influenciado por homens "santos" dos ramos místicos Bhakti do hindu e Sufi do islâmico. De acordo com a tradição Sikh, o Guru Nanak desapareceu um dia num rio. Três dias depois, o Guru Nanak regressou, não cessando de repetir a frase "Não há hindus. Não há muçulmanos" (Puratan Janam-sakhi). Nanak abandonou a sua vida de homem casado com dois filhos e acompanhado por um discípulo muçulmano e músico Mardana viajou até os quatro cantos da Índia, visitando locais de peregrinação hindu e muçulmana. Existe uma certa dificuldade em identificar estes locais, mas a tradição sikh inclui nela sítios como Bagdad e Meca.
O Guru Nanak acreditava em um ser supremo e determinou que todas as religiões utilizavam nomes diferentes para a mesma divindade, a qual ele chamou de "Sat Nam" (Nome Verdadeiro). Parece que Nanak queria misturar o hinduísmo e o islamismo (Sikh é o nome hindu para discípulo). Apesar de muitas semelhanças serem vistas entre o Sikhismo, o Hinduísmo e o Sufismo (um ramo do Islã), a típica resposta a alegações de conexão são recebidas com uma posição inflexível a favor do Sikhismo como uma revelação direta de Deus.
A palavra Guru é a combinação de duas pequenas palavras Gu e Ru. Gu significa escuridão e Ru significa luz. Os sikhs dizem que guru significa "a Luz que dissipa as trevas", mas já que a palavra "trevas" aparece primeiro, então deve ser "a escuridão que desfila como luz."
Budismo (aprox. 376 milhões de adeptos)
Guru Nanak foi influenciado por homens "santos" dos ramos místicos Bhakti do hindu e Sufi do islâmico. De acordo com a tradição Sikh, o Guru Nanak desapareceu um dia num rio. Três dias depois, o Guru Nanak regressou, não cessando de repetir a frase "Não há hindus. Não há muçulmanos" (Puratan Janam-sakhi). Nanak abandonou a sua vida de homem casado com dois filhos e acompanhado por um discípulo muçulmano e músico Mardana viajou até os quatro cantos da Índia, visitando locais de peregrinação hindu e muçulmana. Existe uma certa dificuldade em identificar estes locais, mas a tradição sikh inclui nela sítios como Bagdad e Meca.
O Guru Nanak acreditava em um ser supremo e determinou que todas as religiões utilizavam nomes diferentes para a mesma divindade, a qual ele chamou de "Sat Nam" (Nome Verdadeiro). Parece que Nanak queria misturar o hinduísmo e o islamismo (Sikh é o nome hindu para discípulo). Apesar de muitas semelhanças serem vistas entre o Sikhismo, o Hinduísmo e o Sufismo (um ramo do Islã), a típica resposta a alegações de conexão são recebidas com uma posição inflexível a favor do Sikhismo como uma revelação direta de Deus.
A palavra Guru é a combinação de duas pequenas palavras Gu e Ru. Gu significa escuridão e Ru significa luz. Os sikhs dizem que guru significa "a Luz que dissipa as trevas", mas já que a palavra "trevas" aparece primeiro, então deve ser "a escuridão que desfila como luz."
Budismo (aprox. 376 milhões de adeptos)
A doutrina baseada nos ensinamentos de Siddharta Gautama, o Buda (600 a.C.), busca a realização plena da natureza humana. A existência é um ciclo contínuo de morte e renascimento, no qual vidas presentes e passadas estão interligadas. Como era de se esperar, essa religião oriental é a principal doutrina em vários países do sudeste asiático, como Camboja, Laos, Birmânia e Tailândia. No Japão, é a segunda maior religião do país: 71,4% da população é praticante (muitos japoneses praticam mais de uma religião e, portanto, são contados mais de uma vez).
Religião tradicional chinesa (aprox. 400 milhões de adeptos)
“Religião tradicional chinesa” é um termo usado para descrever uma complexa interação entre as diferentes religiões e tradições filosóficas praticadas na China. Os adeptos da religião tradicional chinesa misturam credos e práticas de diferentes doutrinas, como o Confucionismo, o Taoísmo, o Budismo e outras religiões menores. Com mais de 400 milhões de praticantes, eles representam cerca de 6% da população mundial.
Hinduísmo (aprox. 900 milhões de adeptos)
Baseado nos textos Vedas, o hinduísmo abrange seitas e variações monoteístas e politeístas, sem um corpo único de doutrinas ou escrituras.
Os vedas consistem de vários tipos de textos, todos datando aos tempos antigos. O núcleo é formado pelos Mantras que representam hinos, orações, encantações, mágicas e fórmulas rituais, encantos etc. Os hinos e orações são endereçados a uma grande quantidade de deuses (e algumas deusas), dos quais importantes membros são Rudra, Varuna, Indra, Agni, etc. Os mantras são suplementados por textos relativos aos rituais sacrificiais nos quais esses mantras são utilizados e também textos explorando os aspectos filosóficos da tradição ritual, narrativas etc. Os mantras são colecionados em antologias chamadas de Samhitas. Existem quatro Samhitas: Rk (poesia), Sāman (música), Yajus (oração), e Atharvan (um tipo de sacerdote). Refere-se normalmente a eles como Rigveda, Samaveda, Iajurveda, e Atarvaveda respectivamente.
Os hindus representam mais de 80% da população na Índia e no Nepal. Mesmo com tamanha variedade, são apenas a terceira maior religião do mundo. Porém, ostentam um título mais original: o maior monumento religioso do planeta. Trata-se do templo Angkor Wat – depois convertido em mosteiro budista –, que tem cerca de 40 quilômetros quadrados e foi construído no Camboja no século XII.
Os vedas consistem de vários tipos de textos, todos datando aos tempos antigos. O núcleo é formado pelos Mantras que representam hinos, orações, encantações, mágicas e fórmulas rituais, encantos etc. Os hinos e orações são endereçados a uma grande quantidade de deuses (e algumas deusas), dos quais importantes membros são Rudra, Varuna, Indra, Agni, etc. Os mantras são suplementados por textos relativos aos rituais sacrificiais nos quais esses mantras são utilizados e também textos explorando os aspectos filosóficos da tradição ritual, narrativas etc. Os mantras são colecionados em antologias chamadas de Samhitas. Existem quatro Samhitas: Rk (poesia), Sāman (música), Yajus (oração), e Atharvan (um tipo de sacerdote). Refere-se normalmente a eles como Rigveda, Samaveda, Iajurveda, e Atarvaveda respectivamente.
Os hindus representam mais de 80% da população na Índia e no Nepal. Mesmo com tamanha variedade, são apenas a terceira maior religião do mundo. Porém, ostentam um título mais original: o maior monumento religioso do planeta. Trata-se do templo Angkor Wat – depois convertido em mosteiro budista –, que tem cerca de 40 quilômetros quadrados e foi construído no Camboja no século XII.
Islamismo (aprox. 1,6 bilhões de adeptos)
O islamismo foi criado pelo profeta Muhammad (Maomé) na região da atual Arábia Saudita.
No sétimo século, Maomé afirmou ter recebido uma visita do anjo Gabriel. Durante essas visitas do anjo, as quais continuaram por cerca de 23 anos até a morte de Maomé, o anjo aparentemente revelou as palavras de Alá (palavra árabe usada pelos muçulmanos para “Deus”). Essas revelações ditadas formam o que hoje conhecemos por Corão ou Alcorão, o livro sagrado do Islamismo. Islã significa "submissão", derivando de uma raiz que significa "paz". A palavra muçulmano significa "aquele que se submete a Alá".
Cinco princípios ou “Pilares” compõem o quadro de obediência para os muçulmanos:
1. O testemunho de fé (shahada): "la ilaha illa allah. Muhammad Rasul Allah." Isto significa: "Não há outra divindade senão Alá. Maomé é o mensageiro de Alá." Uma pessoa pode se converter ao Islamismo apenas por afirmar este credo. A shahada mostra que um muçulmano acredita apenas em Alá como divindade, o qual é revelado por Maomé.
2. As orações (salat): cinco orações precisam ser feitas todos os dias.
3. Pagar dádivas rituais (zakat): esta esmola é uma certa percentagem administrada uma vez por ano.
4. Jejum (sawm): os muçulmanos jejuam durante o Ramadã no nono mês do calendário islâmico. Eles não devem comer ou beber desde o amanhecer até o entardecer.
5. Peregrinação (hajj): se fisicamente e financeiramente possível, um muçulmano deve fazer a peregrinação a Meca, na Arábia Saudita, pelo menos uma vez. O hajj é realizado no décimo segundo mês do calendário islâmico.
A religião muçulmana se divide em dois grupos principais: sunitas e xiitas. Aproximadamente 85% dos muçulmanos do mundo fazem parte do grupo sunita. De acordo com os sunitas, a autoridade espiritual pertence a toda comunidade. Os xiitas também possuem sua própria interpretação da Sharia.
A Sharia define as práticas de vida dos muçulmanos, com relação ao comportamento, atitudes e alimentação.
A entrada de um muçulmano no paraíso depende da obediência a esses Cinco Pilares. Ainda assim, Deus pode rejeitá-los. Nem mesmo Maomé sabia ao certo se Alá iria admiti-lo ao paraíso (Surata 46:9; Hadith 5, 266).
Cristianismo (aprox. 2,2 bilhões de adeptos)
A religião cristã surgiu na região da atual Palestina no século I, sob domínio do Império Romano. Criada por Jesus, o Messias, espalhou-se rapidamente pelos quatro cantos do mundo, se transformando atualmente na religião mais difundida.
De acordo com a fé cristã contida na Bíblia, Deus mandou seu filho ao mundo para salvar os homens que por causa do pecado estavam condenados ao inferno. Tendo divulgado a palavra de Deus entre os homens, ofereceu a vida eterna após a morte, a todos aqueles que acreditam em Deus e seguem seus mandamentos. Jesus, o Cristo foi perseguido e morto em uma cruz. Após 3 dias, ressuscitou e foi para o céu, prometendo voltar outra vez para julgar os vivos e os mortos por suas obras.
Para os cristãos, Deus é uma trindade formada por: pai (Deus), filho (Jesus) e o Espírito Santo.
Atualmente, encontramos três principais ramos do cristianismo: catolicismo, protestantismo e Igreja Ortodoxa, que se subdividem em milhares de credos denominacionais de acordo com a interpretação que cada um tem da escritura.
2.5.2 A PERSUASÃO DA RELIGIÃO
"A Religião é uma coisa excelente para manter as pessoas comuns quietas" Napoleão Bonaparte.
Medo do Inferno
"Foi o medo que trouxe primeiro os deuses para o mundo" - Gallus Petronius (Cortesão romano do século I)
Uma forma de convencimento muito usada pela religião consiste em explorar o medo das pessoas pelo sofrimento, pela morte, atribuindo tais flagelos a demônios e influências de ordem sobrenatural. Os líderes religiosos usam sagazmente de terror psicológico, alertando sobre as mais diversas maldições e castigos (caso o homem não cumpra com os mandamentos e rituais impostos pela doutrina), sendo o mais conhecido deles a condenação eterna da alma ao “inferno de fogo”.
“Não
tenham medo dos que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Antes,
tenham medo daquele que pode destruir tanto a alma como o corpo no
inferno.” (Bíblia, Mateus 10:28)
De fato, a religião promete uma vida eterna num lugar paradisíaco para os “obedientes” ou de tormento no inferno para os “rebeldes”. Apesar de não possuir provas da veracidade do céu ou paraíso, o homem religioso teme a existência real do inferno. Afinal, a ideia do inferno ou hades, pregada desde os tempos mitológicos para atemorizar os homens, continua produzindo o efeito desejado nas diversas religiões da atualidade.
“Aqueles que descrerem e desmentirem os Nossos versículos serão os condenados ao inferno, onde permanecerão eternamente.” (Alcorão, 2ª surata, versículo 39)
Inferno é um termo usado por diferentes religiões, mitologias e filosofias, representando a morada dos mortos, ou lugar de grande sofrimento e de condenação. A origem do termo é latina: infernum, que significa "as profundezas" ou o "mundo inferior".
A Grolier Universal Encyclopedia (Enciclopédia Universal Grolier, 1971, Vol. 9, p. 205), sobre “Inferno”, diz:
“Os hindus e os budistas consideram o inferno como lugar de purificação espiritual e de restauração final. A tradição islâmica o considera como um lugar de castigo eterno.” O conceito de sofrimento após a morte é encontrado entre os ensinos religiosos pagãos dos povos antigos da Babilônia e do Egito. As crenças dos babilônios e dos assírios retratavam o “mundo inferior . . . como lugar cheio de horrores, . . . presidido por deuses e demônios de grande força e ferocidade”. Embora os antigos textos religiosos egípcios não ensinem que a queima de qualquer vítima individual prosseguiria eternamente, eles deveras retratam o “Outro Mundo” como tendo “covas de fogo” para “os condenados”. — The Religion of Babylonia and Assyria (A Religião de Babilônia e Assíria), de Morris Jastrow Jr., 1898, p. 581; The Book of the Dead (O Livro dos Mortos), com apresentação de E. Wallis Budge, 1960, pp. 135, 144, 149, 151, 153, 161, 200.
Dada a anterioridade da mitologia grega, fica clara sua influência nas religiões contemporâneas. Porém é bom lembrar que a ideia de inferno como se tem hoje, trata-se de uma tradução errônea dos termos Hades, Sheol ou Geena. Não há qualquer menção nos escritos adotados pelas principais religiões ao termo “inferno”, nem qualquer relação com castigo eterno.
O Dicionário Expositivo de Palavras do Velho e do Novo Testamento diz a respeito do uso de inferno para traduzir as palavras originais do hebraico Sheol e do grego Hades (Bíblia): Hades . . . Corresponde a Sheol no Antigo Testamento. Na Versão Autorizada do A.T. e do N. T., foi vertido de modo infeliz por Inferno.
A Enciclopédia da Collier diz a respeito de Inferno: Primeiro representa o hebraico Seol do Antigo Testamento, e o grego Hades, da Septuaginta e do Novo Testamento. Visto que Seol, nos tempos do Antigo Testamento, se referia simplesmente à habitação dos mortos e não sugeria distinções morais; a palavra ‘inferno’, conforme entendida atualmente, não é uma tradução feliz.
O Terceiro Novo Dicionário Internacional de Webster diz: Devido ao entendimento atual da palavra inferno (Latim Infernus) é que ela constitui uma maneira tão infeliz de verter estas palavras bíblicas originais. A palavra inferno não transmitia assim, originalmente, nenhuma idéia de calor ou de tormento, mas simplesmente de um lugar coberto ou oculto (de... helan, esconder).
A Enciclopédia Americana diz: Muita confusão e muitos mal-entendidos foram causados pelo fato de os primitivos tradutores da Bíblia terem traduzido persistentemente o hebraico Seol e o grego Hades e Geena pela palavra inferno. A simples transliteração destas palavras por parte dos tradutores das edições revistas da Bíblia não bastou para eliminar apreciavelmente esta confusão e equívoco.
O significado atribuído à palavra inferno atualmente é o representado em A Divina Comédia de Dante Alighieri, e no Paraíso Perdido de Milton, significado este completamente alheio à definição original da palavra. A idéia dum inferno de tormento ardente, porém, remonta a uma época muito anterior a Dante ou a Milton.
A vida é maravilhosa e os homens sensatos colhem o melhor dela, mas ao homem estúpido ela parece um inferno.
"Devemos questionar a lógica que afirma um Deus onipotente e onisciente que criou um homem falível e o culpa por seus defeitos" - Gene Roddenberry (criador da série de ficção científica Star Trek).
"Devemos questionar a lógica que afirma um Deus onipotente e onisciente que criou um homem falível e o culpa por seus defeitos" - Gene Roddenberry (criador da série de ficção científica Star Trek).
Anseio pelo Paraíso
A palavra paraíso deriva do termo avéstico pairi-daeza (uma área/jardim murada), composto por pairi- (ao redor), um cognato do grego peri-, e -diz (criar, fazer). Uma palavra associada é o sânscrito paradesha que literalmente significa país supremo.
É interessante analisar como é elaborada a “construção” do céu pela religião, pois reflete o que os seus seguidores acham que há de mais perfeito, numa visão terrestre. Os gregos, por exemplo, que buscavam a fama e odes contendo os seus nomes, criam que só iriam para os Campos Elísios, aqueles que se destacassem aqui nesta vida. Quando os cristãos começaram a pregar o evangelho, muitas pessoas escravas aceitaram, porque elas sofriam muito durante a vida, e queriam acreditar num descanso após a morte, onde ninguém iria sofrer, todos seriam iguais e nunca morreriam.
Provavelmente se uma nova religião surgir daqui a 1.000 anos, o céu desta religião representará tudo o que há de mais alegre e perfeito na visão dos futuros habitantes terrestres, assim como o inferno, será a personificação de tudo o que eles repudiam, isto tudo como já foi comentado, elaborado nos mínimos detalhes para que as pessoas permaneçam fiéis à sua religião.
O paraíso judaico
As Escrituras judaicas contam que Adão foi o primeiro homem a usufruir das maravilhas do Éden. Não sentia dor, fome ou medo, e vivia na fartura. Mas foi expulso dali por um ato de desobediência - provou o fruto proibido. Desde então, os judeus esperam o dia em que o mundo volte a ser o paraíso narrado na Torá. Para anunciar a chegada desse dia, um Messias virá à Terra. "Ele será um descendente do rei Davi e vai instaurar a era messiânica, um longo período de paz e prosperidade"
O paraíso mulçumano
A religião islâmica assegura 72 virgens aos mártires que morrem em nome de Alah.
Maomé passou a pregar para os beduínos do deserto sobre um paraíso, com belos jardins, rios de águas frescas, alimentos saborosos e lindas mulheres (huris). Por motivos óbvios essas pessoas começaram a seguir seus ensinamentos, pois imagine o efeito que uma pregação que fala de um lugar tão maravilhoso e sensual teria sobre uma pessoa que não tem riquezas, nem liberdade. Não é difícil entender o motivo pelo qual essa religião tem crescido tanto em número de adeptos.
“A menor recompensa para aqueles que se encontram no paraíso é um átrio com 80.000 servos e 72 esposas, sobre o qual repousa um domo decorado com pérolas, aquamarinas e rubis, tão largo quanto a distância entre Al-Jabiyyah (hoje na cidade de Damasco) e Sana’a (hoje o Iemem)” Hadith 2687 (Livro de Sunan, volume IV).
“E se deitarão sobre leitos incrustados com pedras preciosas, frente a frente, onde lhes servirão jovens de frescores imortais com taças e jarras cheias de vinho que não lhes provocará dores de cabeça nem intoxicação, e frutas de sua predileção, e carne das aves que desejarem. E deles serão as huris [virgens] de olhos escuros, castas como pérolas bem guardadas, em recompensa por tudo quanto houverem feito. (…) Sabei que criamos as huris para eles, e as fizemos virgens, companheiras amorosas para os justos.” (Alcorão, surata 56, versículos 12-40.)
O Alcorão, livro máximo da religião islâmica não deixa dúvidas de que o paraíso islâmico é um lugar bastante sensual. Sobre isso escreveu Al-Suyuti, um renomado comentador do Alcorão e estudioso dos hadith, no século XV:
“Cada vez que se dorme com uma huri descobre-se que ela continua virgem. Além disso, o pênis dos eleitos nunca amolece. A ereção é eterna. A sensação que se sente cada vez que se faz amor é mais do que deliciosa e se você a experimentasse neste mundo você desmaiaria. Cada escolhido se casa com setenta huris, além das mulheres com que se casou na terra, e todas têm sexos apetitosos.”
É uma verdadeira orgia. O paraíso islâmico conta ainda com um local que, aqui na terra seria chamado de “bordel”, mas que no paraíso islâmico chama-se “mercado”. Segundo os hadith, Maomé teria dito:
“Existe no paraíso um mercado onde não há compra ou venda, mas homens e mulheres. Quando um homem deseja uma mulher ele vai até lá e tem relações sexuais com ela.” Al Hadis, Vol. 4, p. 172, Nº 34.
Numa religião regida pelo sistema patriarcal (em que a mulher é considerada inferior) não causa surpresa tais promessas aos homens num paraíso em que as mulheres continuam servindo de objeto sexual.
Movimento proselitista
”Sou ateu porque não há evidências para a existência de Deus. Isto é tudo o que precisa ser dito: sem evidência, sem crença.” — Dan Barker.
O prosélito tem sua consciência convencida de que o que está fazendo é o correto, e se torna vítima das mais exacerbadas doutrinas imagináveis.
Um exemplo notório de proselitismo é o caso de uma moça que decide ser freira. Imagine alguém deixar o sonho natural de toda mulher, que é encontrar seu grande amor, com o qual possa casar, constituir uma família, ter sua profissão, e sentir a alegria divina do amor materno sendo mãe de lindos filhos. Mas alguém no decorrer de sua vida vai convencê-la, nas reuniões da igreja, nas aulas de religião, nos conselhos sacerdotais etc. Dirão que ela deve renunciar sua vida, sua família, pela igreja, e ser escrava das doutrinas e dogmas da religião, usando vestimentas desconfortáveis que escondem seus cabelos e parte do seu rosto, e viver enclausurada em um convento, no qual passará toda a sua vida dedicando-se à orações repetitivas e serviços da igreja. Esta pessoa se sentirá privilegiada e escolhida, deitará e dormirá em paz, gozando da mais sincera sensação de dever cumprido, e comunhão com Deus. Qualquer semelhança com outras atitudes iguais a esta nas mais diversas religiões e seitas espalhadas pelo mundo, não é mera coincidência.
A hipocrisia é fruto da religião
“Fé é o esforço para acreditar naquilo que seu bom senso diz que não é verdade.” — Elbert Hubbard
O mundo seria melhor se não houvesse pessoas dispostas a acreditar literalmente em histórias escritas há milhares de anos, cujas fontes são duvidosas e rodeadas de um misticismo sobrenatural que afronta a inteligibilidade humana.
Além disso, ninguém precisa de religião para saber que tem que assumir certas obrigações para com os outros como, por exemplo: cuidar dos doentes, amparar os necessitados, visitar os presos etc. Nossa própria consciência nos ensina o valor das boas obras. Ademais, se uma pessoa dá esmolas por obediência a um mandamento e com o intuito de receber uma recompensa futura, não o faz por amor ao próximo, mas por interesse próprio.
Vale a pena citar a célebre frase do grande Albert Einstein que diz: “se somos bons por almejarmos uma recompensa, sem dúvida somos um grupo desprezível”.
2.5.3 GUERRAS DA RELIGIÃO
“Se existisse um Deus bondoso e todo-poderoso, teria feito exclusivamente o bem.” — Mark Twain
A religião sempre esteve por trás das maiores guerras mundiais. O motivo é bem óbvio: a melhor maneira de convencer alguém a matar o seu semelhante em uma guerra é iludí-lo, convencendo-o que esta é a vontade de deus, que lhe recompensará no paraíso, caso obedeça, ou condená-lo-á ao castigo eterno, caso se negue.
“Senhores, "o Medo Gera Superstições" de toda sorte, disto surgem as crenças infundadas e as guerras em nome de Deus.” ― Evan Do Carmo
Se existisse uma religião realmente verdadeira, esta jamais se envolveria com guerras ou derramamento de sangue e pregaria somente a paz, o amor e a liberdade. Infelizmente as religiões são instrumentos para dominação nas mãos dos poderosos e sempre serão usadas com este intuito.
“A religião é vista pelas pessoas comuns como verdadeira, pelos inteligentes como falsa, e pelos governantes como útil”.- Sêneca (4 a.C - 65 d.C).
Com certeza muitos conflitos ao longo da história têm sido ostensivamente por motivos religiosos, sobretudo envolvendo as 3 religiões monoteístas que lutam pelo domínio do mundo: Cristianismo, Judaísmo e Islamismo.
De acordo com todos os registros, o século XX foi um dos mais sangrentos da história da humanidade. Duas grandes guerras mundiais, marcadas por preconceitos religiosos, como o Holocausto judeu, foram responsáveis por cerca de 70 milhões de mortes (alguns estimam bem perto de 100 milhões).
Segundo Ray Comfort, em seu livro “Hitler, God & the Bible” (Hitler, Deus e a Bíblia), antes da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha estava infestada pelo tão chamado movimento cristão alemão, que procurava “nazificar” o Cristianismo, entre outras medidas, suprimindo o ensino do Antigo Testamento. O que é interessante é que Hitler e seus mais importantes representantes junto com a maioria dos líderes militares e as próprias tropas, haviam sido a vida inteira católicos ou luteranos. Comfort também relata que Hitler era discípulo de Charles Darwin. O fato de que ele abraçou essa filosofia de morte, em conflito evidente com o Cristianismo, é revelador.
“E quanto àqueles meus inimigos que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui e matai-os diante de mim.” — Lucas, 19:27
"O homem, em seu orgulho, criou Deus à sua imagem e semelhança." Friedrich Nietzsche, filósofo alemão (1844-1900)
No Judaísmo, as guerras de conquista narradas no Antigo Testamento (em especial o livro de Josué), sob o comando de Deus, conquistaram a Terra Prometida, destruindo os povos que ali habitavam.
No Islã, vemos o conceito de jihad, ou "guerra santa." A palavra jihad significa, literalmente, "luta", e descreve a guerra pela expansão e defesa do território islâmico. A guerra contínua no Oriente Médio ao longo do último meio século certamente comprova que a religião é a causa de muitas guerras. Os ataques terroristas de 11 de setembro nos Estados Unidos têm sido vistos como uma jihad contra o "Grande Satã" América (conhecida como terra da liberdade), mas que, aos olhos muçulmanos, é sinônimo do Cristianismo.
Os conflitos no Sri Lanka, onde a minoria Tamil luta por autonomia na região norte do país, vêm sendo qualificados como choque entre “budistas” e “hindus”.
Na Indonésia, de modo particular, no Timor Leste, as lutas pela independência da ex-colônia portuguesa apareciam como confronto entre “muçulmanos” e “católicos”.
Do mesmo modo, no Sudão, a guerra que move o governo de Khartum contra as populações do sul do país, vem sendo caracterizada como confronto entre “muçulmanos” e “cristãos”.
Noutros lugares, como na Nigéria, onde oito províncias do norte acabam de adotar a “sharia” ou seja, a lei corânica como base da legislação civil penal, explodiram conflitos entre a maioria muçulmana e as minorias cristãs que se sentem ameaçadas pelo novo quadro jurídico. Estes e outros embates no Congo, Rwanda, Burundi, vem sendo descritos, ora como conflitos étnicos, ora como conflitos religiosos.
Sangue em nome de Deus
“Sempre que a moralidade baseia-se na teologia, sempre que o correto torna-se dependente da autoridade divina, as coisas mais imorais, injustas e infames podem ser justificadas e estabelecidas.” — Ludwig Feuerbach, filósofo alemão.
As 3 grandes religiões monoteístas - cristianismo, judaísmo e islamismo - pregam a paz, a tolerância, a compaixão e o amor ao próximo. Mesmo assim, elas deixaram suas marcas em guerras e banhos de sangue ao longo da história. Para alguns pesquisadores, uma explicação estaria na própria lógica do monoteísmo: se apenas o "meu" Deus é verdadeiro, os "outros" certamente são falsos - e seus seguidores, infiéis. "As religiões são diferentes, mas todas elas exigem a mesma exclusividade", diz o historiador britânico Christopher Catherwood, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra.
Foi assim com os judeus, os primeiros monoteístas, que reivindicaram uma aliança especial com Deus há 4 mil anos. Sua noção de "povo eleito" foi atacada por João Crisóstomo e outros patriarcas da Igreja Católica, que no século 4 qualificaram os seguidores do judaísmo de filhos do Diabo e inimigos da raça humana. Em 325, o 1º Concílio de Nicéia culpou-os pela morte de Jesus - uma acusação só retirada em 1965, no Concílio Vaticano II, e que insuflou 2 mil anos de injúrias e matanças. Durante a Inquisição, por exemplo, milhares de judeus foram parar na fogueira; outros tantos se converteram em massa à fé cristã, já que o batismo era a única chance de salvação.
No século VII, foi a vez de o islã tentar impor a primazia de seu Deus sobre os demais. Os exércitos de Maomé partiram da Arábia para invadir o Oriente Médio, o norte da África e a Espanha. "O objetivo da expansão não era tanto econômico ou político, como no imperialismo ocidental do século XIX, mas a conquista em nome da fé, que eles acreditavam ser a verdadeira", diz Catherwood. Reconhecidos como "povos do livro", judeus e cristãos puderam manter sua fé desde que pagassem altos tributos - e, dependendo do governo em exercício, sofriam perseguições.
Assim, quando o papa Urbano II lançou as cruzadas para tentar recuperar a Terra Santa, em 1096, os espanhóis já vinham lutando contra os muçulmanos havia quase 400 anos. Urbano prometeu apagar para sempre os pecados de quem embarcasse na empreitada, que fracassou depois de transformar Jerusalém em um cemitério a céu aberto. "Cabeças, mãos e pés se amontoavam nas ruas", escreveu Raymond de Aguiles, um dos cruzados.
Em 1215, o 4º Concílio de Latrão proibiu os judeus de exercer funções públicas e os obrigou a usar um distintivo de identificação sobre as roupas - medidas que seriam reeditadas no século XX por Adolf Hitler e o regime nazista. É certo que o Holocausto foi executado no auge da sociedade moderna e racional. Mas a força motriz do genocídio - o antissemitismo - se nutriu dos mitos religiosos arraigados durante séculos na Europa.
Da mesma forma, só é possível entender os conflitos dos anos 90 nos Bálcãs tendo em conta as heranças religiosas do passado. No século XIV, a região foi invadida pelos turcos-otomanos - o último império muçulmano, que determinava a identidade das pessoas pela religião a que pertenciam. A maioria delas pôde continuar acreditando no Deus do cristianismo, sem os mesmos direitos dos "fiéis". Muitos, no entanto, se converteram ao islamismo - e veio o problema. "Os atuais bósnios muçulmanos descendem daqueles que se converteram durante a conquista turca", diz Catherwood. "Para os sérvios, eles são traidores."
Cristãos ortodoxos, os sérvios até hoje celebram o ano de 1389 - quando Lazar, chefe das tropas sérvias, morreu enfrentando os muçulmanos e virou mártir. O líder sérvio Slobodan Milosevic invocou esse sacrifício em seus discursos de 1989, acendendo a chama dos confrontos que levariam a uma matança desenfreada.
Nas palavras do historiador americano Mark Juergensmeyer, da Universidade da Califórnia, a linguagem religiosa tem o poder de "trasladar o conflito humano a uma dimensão cósmica". Traduzindo: no dia-a-dia, não matamos gente; mas, se Deus ordena, podemos. Nesse caso, a violência não seria um ato selvagem, mas o cumprimento da vontade divina.
Fundamentalismo
“A mente do fundamentalista é como a pupila do olho: quanto mais luz você joga, mais ela se fecha.” — Stephen Hawking
O século 20 viu crescer uma devoção militante nas principais religiões, chamada popularmente de fundamentalismo. "Alguns fundamentalistas não hesitam em fuzilar devotos numa mesquita ou matar médicos que fazem aborto. A maioria não é violenta, mas rejeita conquistas da modernidade, como a democracia, o pluralismo, a tolerância religiosa e a separação entre religião e Estado", diz a pesquisadora inglesa Karen Armstrong, autora do livro Em Nome de Deus.
Para esses radicais, nossa sociedade racional e pecadora tem levado a uma crise moral. "O fracasso da modernidade seria causado pela ausência de Deus", diz o sociólogo francês Jean-Louis Schlegel. Essa reação ocorre não apenas nas religiões monoteístas, mas também no hinduísmo e no budismo.
Apesar das enormes diferenças entre os grupos fundamentalistas, eles geralmente buscam reconduzir sua religião ao caminho "puro e verdadeiro" de seus ancestrais. Por isso, os alvos principais são os seguidores moderados de sua própria crença. Foi o caso dos protestantes americanos que, no início do século XX, quiseram se distinguir dos protestantes liberais e se denominaram "fundamentalistas" - daí o nome. Eles queriam voltar aos fundamentos da tradição cristã, o que incluía interpretar a Bíblia da forma mais literal possível e parar de ensinar a Teoria da Evolução nas escolas - uma campanha que ainda divide os EUA.
Dentro do judaísmo foi criado o grupo ultraortodoxo Naturei Karta, que é contra a existência do moderno Estado de Israel. Para esse grupo, o regime israelense é herético porque sua ideologia fundadora - o sionismo - rejeitaria Deus e a Torá (o livro sagrado). Rabinos do Naturei Karta apoiam o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, que prega a destruição de Israel.
Já o fundamentalismo islâmico vem do grupo Irmandade Muçulmana, fundado em 1928 no Egito. Para ele, o islã entrou em decadência ao adotar o modo de vida ocidental. Portanto, é preciso derrubar os governos moderados e substituí-los por regimes baseados na sharia - a lei islâmica. São essas ideias que inspiram terroristas como os da Al Qaeda.
Mas o radical islâmico que joga um avião contra um prédio não acredita no mesmo Deus que um muçulmano moderado? Como o Deus de um pode condenar esse crime, se o Deus do outro promete transformá-lo em herói? Aí é que está: o Deus é o mesmo, mas as interpretações de sua mensagem são distintas. O suicídio, por exemplo, sempre foi pecado na tradição islâmica. Hoje, no entanto, é interpretado como martírio pelos fundamentalistas - e usado como arma por terroristas.
Eis aqui um resumo de 4 conflitos recentes, sanguinários e de fundo religioso:
CONFLITO - Judeus x Muçulmanos
ONDE - Oriente Médio
QUANDO - Em curso desde 1947
RESULTADO - Mais de 7,5 mil mortos de 2000 para cá.
O conflito começou como disputa territorial, por causa da criação do Estado de Israel, mas assumiu caráter religioso. Hoje, fundamentalistas judeus e islâmicos são o maior entrave para a paz. Um não aceita a existência do outro e quer varrer o oponente do mapa para sempre.
CONFLITO - Hindus x Muçulmanos.
ONDE - Índia e Paquistão.
QUANDO - Fim da década de 1950.
RESULTADO - 500 mil mortos.
A violência eclodiu com o fim do domínio colonial britânico sobre a Índia, em 1947. Os muçulmanos se negaram a integrar um país com os hindus, foram à guerra e criaram o Paquistão. De lá para cá, outros dois conflitos já ocorreram, por causa da disputa pela região da Caxemira.
CONFLITO - Católicos x Protestantes.
ONDE - Irlanda do Norte.
QUANDO - Décadas de 1960 a 1980.
RESULTADO - Quase 4 mil mortos.
A rixa histórica entre cristãos irlandeses descambou para a violência embalada por um componente político: de um lado, a maioria protestante (chamada unionista) quer continuar ligada ao Reino Unido; do outro, a minoria católica (nacionalista) almeja pôr fim ao domínio britânico.
CONFLITO - Cristãos x Muçulmanos.
ONDE – Bálcãs.
QUANDO - Décadas de 1980 e 1990.
RESULTADO - Mais de 100 mil mortos.
Durante décadas, o ditador comunista Josip Tito manteve as províncias da Iugoslávia unidas à força. Com sua morte, em 1980, o nacionalismo religioso explodiu numa espécie de luta de todos contra todos - incluindo sérvios (ortodoxos), bósnios (muçulmanos) e croatas (católicos).
Intolerância
As religiões, especialmente as monoteístas, são marcadas pela intolerância. Na medida em que exigem o predomínio de um Deus Único e Onipotente, são inerentemente resistentes à existência de outras divindades. Não pode haver concorrentes. Apesar de embutir a mensagem de solidariedade e respeito ao próximo, a negação do “outro”, exigência necessária para a identificação do “eu” na relação com o “nós” e o “meu Deus”, faz com que a intolerância religiosa e política coexistam, em maior ou menor grau e a depender do contexto histórico e social, com falsas manifestações de tolerância e aceitação da diversidade. Esta estratégia é própria da guerra dos deuses e da necessidade de uma religião consolidar sua vitória e se tornar a Única.
“Eles vieram com uma Bíblia e sua religião – roubaram nossa terra, esmagaram nosso espírito… e agora nos dizem que devemos ser agradecidos ao ‘Senhor’ por sermos salvos”. - Pontiac, Chefe Indígena Americano.
“Eles vieram com uma Bíblia e sua religião – roubaram nossa terra, esmagaram nosso espírito… e agora nos dizem que devemos ser agradecidos ao ‘Senhor’ por sermos salvos”. - Pontiac, Chefe Indígena Americano.
3. COMO IDENTIFICAR UM SISTEMA ESCRAVAGISTA?
A principal característica do sistema de escravidão é a existência de homens corruptos se beneficiando com muito dinheiro e poder à custa da maioria alienada que se deixa levar pelo fanatismo. Quantos bilhões são arrecadados, todos os anos, pelos chefes do narcotráfico, por empresários do entretenimento e donos de clubes esportivos, pelos partidos políticos ou pelos líderes religiosos?
4. CONCLUSÃO
A liberdade consiste em usufruir do melhor desta vida com responsabilidade e amor ao semelhante. Ser escravo é viver dominado pelo medo do incompreensível, sujeitando-se ao domínio de homens gananciosos com base em promessas utópicas e improcedentes.
Portanto não mais aceitar a escravidão consiste na decisão mais sensata desta vida. Ser livre é não ser guiado por vícios, jogos, política ou dogmas religiosos, mas pelo amor que está gravado em seu espírito, procurando a felicidade através de atitudes responsáveis e decisões prudentes, evitando se favorecer do infortúnio de seu semelhante. Embora não se perceba, o amor permanece vivo, sempre. Muitas vezes, porém, é bloqueado como forma de defesa, pois inconscientemente sabe-se que amar implica, quase sempre, sofrimento, doação de si próprio.
Tal como fez Sócrates, deve se perguntar: "será que uma vida sem pensar é digna de ser vivida"? Como um ser inteligente e racional, o homem não deve se deixar conduzir por teorias ou suposições infundadas. Ao contrário deve dar crédito àquilo que tem caráter de axioma, isto é, claro, evidente, incontestável, manifesto e, acima de tudo, que se possa compreender.
Não há como impedir que o homem e a mulher pensem sobre a vida, representem o existente, analisem os pensamentos já manifestos historicamente ou critiquem as representações que resultam em visões dos mais diferentes matizes. Interditar o pensamento é proibir ao homem a razão de existir.
Inobstante tanta pesquisa e estudo, questões como a origem da vida ou vida após a morte jamais foram elucidadas. Logo, toda decisão tomada com base em teorias científicas ou crenças religiosas (big-bang, evolução darwiniana, criacionismo, ressurreição, juízo final, vida eterna, condenação eterna) constitui um risco à liberdade humana, visto que condiciona a vida a um sistema de princípios especulativos que contrariam a própria natureza do ser humano.
Isso não quer dizer que todas as teorias humanas (cosmogênese científica ou cosmogênese teológica) ou quaisquer outras relacionadas às grandes questões da vida, estejam equivocadas, mas sim que precisam ser provadas com evidências irrefutáveis à compreensão humana, afim de que possam servir como paradigmas firmados na verdade, contribuindo assim, para a efetivação do objetivo essencial da vida humana: a liberdade.
5. FONTES CONSULTADAS
ATTANTAWY, Ali. Apresentação geral da religião do Islam. Centro de divulgação do Islam para América Latina. Trad. Samir El Hayek. São Paulo, 1990.
ARMSTRONG, Karen. Em Nome de Deus. Companhia das Letras, São Paulo, 2001.
Blog do Drake. http://expansivel.blogspot.com.br/2012/03/o-universo-como-surgiu.html
COMFORT, Ray. “Hitler, God & the Bible” (Hitler, Deus e a Bíblia) Editora: MIDPOINT TRADE BOOKS.
http://www.gotquestions.org/Portugues/Islamismo.html#ixzz31hkEZVW4
KIRK, George E. História do Oriente Médio. Zahar Editôres.Trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro, 1967.
http://www.gotquestions.org/Portugues/Islamismo.html#ixzz31hkEZVW4
KIRK, George E. História do Oriente Médio. Zahar Editôres.Trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro, 1967.
SZKLARZ, Eduardo. Sangue em nome de Deus. Revista SUPERINTERESSANTE 263a, março 2009.
WILLIAMS, John Alden. Islamismo. Zahar Editôres. Trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro, 1964.
Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%A3o
Parabéns Drake.
ResponderExcluirEssa matéria sobre liberdade é realmente fantástica. Confesso que achei que não iria conseguir ler tudo, no entanto, o assunto é muito interessante, quando se começa a ler, não se quer mais parar, as informações nos faz refletir sobre a nossa própria existência e finalidade.